16 de outubro de 2010

Pesquisadores começam testes com células-tronco em pacientes paraplégicos
Pesquisa desenvolvida em hospital de Salvador em parceria com a Fiocruz pretende trazer melhora de alguns movimentos para pacientes que passarão por cirurgia.



Pesquisadores do Centro de Terapias Celulares do Hospital São Rafael, na Bahia, parceria com a Fiocruz, vão começar, este mês, os primeiros testes com células-tronco em pacientes paraplégicos.

A pesquisa é desenvolvida em um hospital de Salvador, onde está um dos mais modernos centros de terapia celular da América Latina.

Cães e gatos com paralisia nas patas traseiras receberam injeções de células-tronco mesenquimais, que têm grande capacidade de se transformar em vários tipos de tecido. Todos tiveram melhora na musculatura que controla o fluxo de fezes e urina e mais da metade recuperou a sensibilidade e a força nas patas afetadas.

Agora, os cientistas da fundação Osvaldo Cruz começam a realizar o mesmo tratamento em 20 pessoas com paralisia. As células-tronco mesenquimais são retiradas do osso do quadril do próprio paciente, separadas e enriquecidas numa solução de hormônios e vitaminas.

Na incubadora, em condições especiais de temperatura e umidade, as células-tronco mesenquimais se multiplicam. Elas são mantidas por até um mês. É este processo que oferece aos cientistas a quantidade de células-tronco que eles necessitam para a pesquisa.

Para este primeiro estudo, os cientistas selecionaram apenas pessoas que tiveram a medula rompida na região do tórax. Elas serão submetidos a uma cirurgia semelhante às realizadas nos animais.

“Injetando diretamente na medula, no ponto onde você quer, no seu alvo, você tem uma maior concentração de células, que é o nosso diferencial em relação a outros estudos", disse o neurocirurgião Marcus Vinícius Mendonça.

A primeira cirurgia deve ser realizada ainda este mês. Depois de operados, os pacientes vão fazer fisioterapia durante seis meses e serão acompanhados pela equipe nos próximos dois anos.

Os cientistas estão animados, mas cautelosos: "Ninguém tem expectativa que um paciente vai ser tratado com células-tronco e vai sair daqui correndo. Se eles tiverem melhora de alguns movimentos, isso já traz um benefício na qualidade de vida muito grande", falou o pesquisador da Fiocruz Ricardo Ribeiro.






FONTE: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/10/pesquisadores-comecam-testes-com-celulas-tronco-em-pacientes-paraplegicos.html

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